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Denosumabe Plano de Saúde: 7 Situações em Que o Tratamento Deve Ser Pago

O tratamento com Denosumabe para câncer ósseo é uma realidade para muitos pacientes brasileiros, mas também é comumente alvo de negativas pelos planos de saúde. Entender quando o plano deve pagar é essencial para garantir seus direitos e evitar atrasos que podem comprometer o tratamento.

Neste artigo, vamos explicar tudo sobre o medicamento Denosumabe, sua indicação para casos de metástase óssea e câncer, o que diz o Rol da ANS, como funciona a cobertura obrigatória, o que fazer em caso de negativa e, principalmente, quando a negativa é considerada abusiva.

Vamos também esclarecer dúvidas frequentes e apresentar os principais critérios legais e judiciais sobre a questão.


O Que Você Vai Encontrar Neste Artigo:

Ao longo do texto, abordaremos:

  • O que é o Denosumabe e para que serve
  • Quando ele é indicado para pacientes com câncer ósseo
  • O que diz o Rol da ANS sobre esse medicamento
  • Quais são os direitos do paciente
  • Quando o plano é obrigado a custear
  • Como agir em caso de negativa
  • Perguntas frequentes respondidas com base na legislação atual

1. O Que É o Denosumabe

O Denosumabe é um medicamento biológico, de alto custo, utilizado para o tratamento de perda de massa óssea, osteoporose e, principalmente, complicações ósseas de câncer metastático, como nos casos de câncer de mama, próstata e mieloma múltiplo com acometimento ósseo.

Duas versões são comercializadas no Brasil:

  • Prolia (osteoporose)
  • Xgeva (complicações ósseas de câncer)

O Denosumabe atua inibindo a reabsorção óssea, reduzindo o risco de fraturas, dor e outras complicações que afetam diretamente a qualidade de vida do paciente oncológico.


2. Denosumabe no Tratamento do Câncer Ósseo

Em casos de metástase óssea, o Denosumabe é indicado para prevenir e tratar:

  • Fraturas patológicas
  • Compressão medular
  • Dor intensa
  • Necessidade de radioterapia ou cirurgia óssea

A sua eficiência é amplamente reconhecida pela comunidade científica, com estudos robustos que demonstram redução significativa das complicações ósseas.


3. O Rol da ANS Inclui o Denosumabe?

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS é uma lista de tratamentos com cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

Até a última atualização (RN 465/2021 com alterações até RN 627/2024), o Denosumabe não consta de forma expressa no rol para a indicação oncológica.

Entretanto, isso não significa que o plano não deve custear.


4. O STF e a ADI 7265: Rol Taxativo Mitigado

Em 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 7265, fixando que o Rol da ANS é taxativo, mas com exceções.

Isso significa que tratamentos fora do rol podem sim ser cobertos, desde que preencham 5 requisitos cumulativos:

  1. Haja prescrição médica
  2. Não exista negativa expressa da ANS
  3. Inexistência de alternativa no rol
  4. Eficiência comprovada com base em evidências científicas
  5. Registro na Anvisa

O Denosumabe preenche todos esses requisitos em muitos casos.


5. Quando o Plano de Saúde É Obrigado a Pagar o Denosumabe

O plano de saúde deve custear o Denosumabe quando:

  • O paciente tem câncer com metástase óssea
  • O médico assistente prescreve o medicamento
  • Existe registro na Anvisa
  • Há laudos e exames que comprovam a necessidade
  • Não existe opção equivalente no Rol da ANS

Nesses casos, a negativa pode ser considerada abusiva.


6. Negativa de Denosumabe Pelo Plano: Como Agir

Caso receba uma negativa, siga este passo a passo:

  1. Solicite a negativa por escrito com a justificativa
  2. Guarde a prescrição e os exames
  3. Solicite ao médico um relatório completo
  4. Registre uma reclamação na ANS (site ou telefone 0800 701 9656)
  5. Procure um advogado especialista em direito da saúde

Com esses documentos, é possível acionar a Justiça e, inclusive, pedir liminar para garantir o tratamento imediato.


7. Jurisprudências Sobre o Denosumabe

Tribunais em todo o país têm reconhecido o direito dos pacientes ao tratamento com Denosumabe, mesmo fora do rol. Alguns fundamentos:

  • Medicamento essencial ao controle da doença
  • Não há alternativa terapêutica adequada
  • Prescrição fundamentada por especialista
  • Registro do medicamento na Anvisa

8. Diferença Entre Rol Taxativo e Rol Exemplificativo

  • Rol Taxativo: o plano cobre apenas o que está listado
  • Rol Taxativo Mitigado (decisão do STF): o plano cobre o que está no rol, mas pode ser obrigado a cobrir o que não está, se preencher os requisitos legais

Na prática, isso significa que o rol não é uma barreira intransponível.


9. Dicas Para Garantir Seu Direito ao Tratamento

  • Tenha todos os documentos organizados
  • Exija a negativa formal
  • Solicite um laudo médico detalhado
  • Não aceite a primeira resposta do plano
  • Busque orientação jurídica o quanto antes

10. Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O plano pode negar o Denosumabe porque não está no rol?
Sim, pode. Mas essa negativa pode ser considerada ilegal, se preenchidos os requisitos definidos pelo STF.

2. Quanto custa o Denosumabe sem o plano?
Pode ultrapassar R$ 4.000,00 por aplicação, dependendo da dose e região.

3. Posso conseguir o Denosumabe pelo SUS?
Nem sempre. O SUS oferece apenas em situações específicas. A judicialização pode ser necessária.

4. A liminar sai rápido?
Em muitos casos, sim. Quando o pedido é bem fundamentado, a Justiça pode conceder em poucos dias.

5. Posso entrar com a ação mesmo sem advogado?
Até 20 salários mínimos, sim, no Juizado Especial. Mas recomenda-se um advogado para garantir a melhor estratégia.


O Papel do Advogado Especialista em Direito da Saúde

Um advogado especialista pode:

  • Analisar documentos médicos e a negativa do plano
  • Verificar se os requisitos do STF estão preenchidos
  • Ingressar com ação judicial com pedido de liminar
  • Garantir a continuidade do tratamento sem interrupção

Além disso, pode solicitar indenização por danos morais em caso de negativa abusiva.


Conclusão

Se você ou um familiar está passando por tratamento com Denosumabe e recebeu uma negativa do plano de saúde, saiba que seus direitos podem estar sendo violados.

A decisão do STF, o entendimento dos tribunais e a legislação vigente garantem que, em muitos casos, o plano é obrigado a custear o medicamento.

Se você está enfrentando essa situação, fale com um advogado especialista em direito da saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em direito da saúde, SUS e Planos de Saúde.

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