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Negativa Da MedSênior – 7 Passos Para Garantir Seu Tratamento Essencial

Receber uma negativa da MedSênior em um momento em que o tratamento é essencial pode gerar medo, ansiedade e até desespero. Afinal, ninguém espera ouvir do convênio que um procedimento, exame ou medicamento indicado pelo médico não será coberto justamente quando a saúde está em jogo. Essa situação é mais comum do que parece e pode acontecer tanto em tratamentos de urgência quanto em terapias de longo prazo.

Entender os motivos da negativa e saber quais direitos você tem é o primeiro passo para agir corretamente. Neste artigo, você vai aprender o que fazer diante da negativa da MedSênior, quais tratamentos devem obrigatoriamente ter cobertura, o que diz a lei, como funciona a decisão recente do STF sobre o rol da ANS e de que forma a ajuda de um advogado especialista em saúde pode ser decisiva.

O Que Você Vai Encontrar Neste Artigo

Neste guia completo, você vai entender:

  • O que significa uma negativa da MedSênior.
  • Em quais situações a operadora costuma negar cobertura.
  • Como identificar se o tratamento está no rol da ANS.
  • O que fazer quando o tratamento não está no rol.
  • O impacto da decisão do STF (ADI 7265) sobre o rol taxativo.
  • Passo a passo para recorrer da negativa.
  • Como a atuação do advogado especialista em saúde pode garantir seus direitos.
  • Perguntas frequentes de pacientes sobre a MedSênior.

1. O Que É Uma Negativa Da MedSênior?

A negativa da MedSênior acontece quando a operadora recusa custear exames, consultas, medicamentos ou procedimentos indicados pelo médico do paciente. Essa recusa pode se basear em diferentes justificativas: alegação de que o tratamento não está no contrato, de que não consta no rol da ANS ou de que não há previsão na rede credenciada.

É importante lembrar que a MedSênior, como qualquer plano de saúde, está regulada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98). Portanto, não pode negar coberturas de forma arbitrária.


2. Por Que A MedSênior Nega Tratamentos?

Os motivos mais comuns de negativa da MedSênior incluem:

  • Alegação de que o procedimento não consta no Rol da ANS.
  • Exigência de carência contratual.
  • Alegação de que o tratamento seria de caráter experimental.
  • Exclusão contratual de determinados procedimentos.
  • Justificativa de que não há cobertura em caso de urgência ou emergência antes do prazo de carência.

Muitas dessas justificativas podem ser questionadas judicialmente.


3. O Que Diz O Rol Da ANS Sobre Os Direitos Do Paciente

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS é a lista mínima de exames, consultas e tratamentos que os planos de saúde, como a MedSênior, são obrigados a oferecer.

Isso significa que tudo o que está no rol deve obrigatoriamente ser coberto. Exemplo: consultas médicas, sessões de fisioterapia, quimioterapia, radioterapia, cirurgias, terapias para transtornos do espectro autista e diversos outros procedimentos.


4. Negativa Da MedSênior Para Tratamentos Fora Do Rol

Até pouco tempo atrás, havia grande discussão sobre se os planos de saúde seriam obrigados a cobrir procedimentos não listados no rol da ANS. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o rol é taxativo, ou seja, os planos só teriam obrigação de cobrir o que estivesse listado.

No entanto, essa decisão gerou enorme repercussão, e o Congresso aprovou a Lei nº 14.454/2022, alterando a Lei dos Planos de Saúde.

Em 2025, o STF julgou a ADI 7265 e fixou a interpretação definitiva: o rol da ANS é taxativo, mas pode ser relativizado, desde que preenchidos alguns requisitos:

  1. O tratamento deve ter prescrição médica.
  2. Não pode haver negativa expressa da ANS.
  3. Não pode existir alternativa terapêutica adequada no rol.
  4. Deve haver comprovação de eficácia baseada em evidências científicas.
  5. O tratamento precisa ter registro na Anvisa.

Isso significa que, mesmo fora do rol, um tratamento pode ser coberto se atender a esses critérios.


5. Passo a Passo: O Que Fazer Diante Da Negativa Da MedSênior

Quando o paciente recebe uma negativa da MedSênior, é essencial seguir alguns passos:

  1. Exija a negativa por escrito – o plano é obrigado a fornecer documento formal com a justificativa.
  2. Verifique se o procedimento está no rol da ANS – consulte diretamente a lista atualizada.
  3. Peça ao médico um relatório detalhado – descrevendo a necessidade do tratamento.
  4. Registre reclamação na ANS – a agência tem canais de atendimento para intermediar conflitos.
  5. Procure orientação jurídica – um advogado especialista pode ajuizar ação para garantir o tratamento em caráter de urgência.

6. Exemplo Prático: Medicamentos De Alto Custo

A título de exemplo, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina compreende que a negativa do exame oncotype é indevida – mesmo ele estando fora do rol da ANS:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DECISÃO QUE CONCEDEU TUTELA DE URGÊNCIA PARA IMPOR À RÉ A AUTORIZAÇÃO E CUSTEIO DO EXAME ONCOTYPE DX EM FAVOR DA AUTORA, NO PRAZO DE CINCO DIAS, SOB PENA DE MULTA DIÁRIA DE R$ 1.000,00. INSURGÊNCIA DA RÉ. DEFENDIDA A LEGALIDADE DA NEGATIVA. TESE DE QUE A COBERTURA CONTRATUAL É LIMITADA PELO ROL DE PROCEDIMENTOS DEFINIDOS PELA ANS. NÃO ACOLHIMENTO. RECENTE PUBLICAÇÃO DA LEI Nº 14.454 /2022, QUE ALTEROU A LEI Nº 9.656 /1998. TRATAMENTOS FORA DA LISTA DA ANS QUE DEVEM SER CUSTEADOS DESDE QUE CUMPRAM UMA DAS CONDICIONANTES ESTABELECIDAS NO § 13 DO ARTIGO 10 DA LEI Nº 9.656 /1998. AGRAVANTE DIAGNOSTICADA COM CARCINOMA MAMÁRIO DUCTAL INVASIVO. NOTAS TÉCNICAS DO NATJUS COM PARECERES FAVORÁVEIS À UTILIZAÇÃO DO EXAME ONCOTYPE DX. CUSTEIO QUE SE IMPÕE. PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA, AINDA QUE POR FUNDAMENTO DIVERSO. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. TJ-SC – Agravo de Instrumento: AI 50056563820228240000

Então fique atento(a), não é uma justificativa plausível a negativa sob a alegação de que não está no rol da ANS.


7. A Importância Da Prescrição Médica

O relatório médico é a principal prova em casos de negativa da MedSênior. Ele deve detalhar:

  • O diagnóstico do paciente.
  • O tratamento indicado.
  • A ausência de alternativas eficazes no rol da ANS.
  • O risco de não iniciar o tratamento.

Esse documento será essencial em uma ação judicial.


8. Quando Procurar Um Advogado Especialista

Muitas vezes, recorrer sozinho não é suficiente. Um advogado especialista em Direito da Saúde pode:

  • Analisar a negativa e verificar sua legalidade.
  • Propor ação com pedido de liminar para garantir o tratamento imediato.
  • Garantir indenização por danos morais, quando cabível.
  • Acompanhar o paciente em todo o processo contra o plano de saúde.

9. Jurisprudência Favorável Aos Pacientes

Diversas decisões judiciais reconhecem que a negativa de cobertura por parte dos planos de saúde, inclusive a MedSênior, é abusiva quando coloca em risco a vida ou a saúde do paciente.

A Justiça tem entendido que, diante da prescrição médica e da ausência de alternativas eficazes, o direito à saúde deve prevalecer sobre cláusulas contratuais restritivas.


10. Perguntas Frequentes Sobre A Negativa Da MedSênior

1. A MedSênior pode negar um medicamento prescrito pelo meu médico?
Pode negar, mas essa recusa pode ser contestada judicialmente.

2. E se o tratamento não estiver no rol da ANS?
Ele pode ser coberto se atender aos requisitos definidos pelo STF.

3. Quanto tempo demora uma ação contra a MedSênior?
Em casos urgentes, é possível obter liminar em poucos dias.

4. Preciso pagar o tratamento antes para depois ser reembolsado?
Nem sempre. O ideal é buscar o custeio imediato pelo plano, mas em alguns casos o reembolso pode ser requerido.

5. Tenho direito a indenização por danos morais?
Sim, em situações de negativa abusiva que gera sofrimento ao paciente.


Conclusão: Como Se Proteger Da Negativa Da MedSênior

A negativa da MedSênior não precisa ser o fim do caminho. O paciente tem direitos assegurados pela lei, pela ANS e pela jurisprudência recente do STF. O essencial é não aceitar a recusa sem questionar, reunir documentos médicos e, quando necessário, contar com o apoio jurídico especializado.

Se você está enfrentando essa situação, fale com um advogado especialista em direito da saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em direito da saúde, SUS e Planos de Saúde.

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