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Olaparibe Plano de Saúde – Tudo o Que Você Precisa Saber Para Garantir o Remédio

A negativa de cobertura do medicamento Olaparibe pelo plano de saúde tem sido uma realidade dolorosa para muitos pacientes oncológicos no Brasil. O Olaparibe, também conhecido pelo nome comercial Lynparza, é indicado para diversos tipos de câncer, como ovário, mama, próstata e pâncreas. Quando o convênio nega esse tratamento, o paciente e sua família ficam desamparados em um momento de extrema vulnerabilidade.

Entender os direitos do paciente e saber como agir diante dessa negativa é fundamental. Neste artigo, vamos explicar de forma clara e acessível o que fazer quando o plano de saúde se recusa a custear o Olaparibe, com base na legislação atual, decisões judiciais e diretrizes da ANS.

O Que Você Vai Encontrar Neste Artigo

Neste conteúdo, você encontrará:

  • Explicação sobre o que é o Olaparibe e para quais doenças ele é indicado
  • Por que os planos de saúde costumam negar sua cobertura
  • O que diz a ANS e o STJ sobre medicamentos fora do rol
  • O que fazer na prática quando ocorre a negativa
  • Como funciona a ação judicial contra o plano de saúde
  • Perguntas frequentes de pacientes
  • Dicas para fortalecer seu pedido de cobertura

Se você ou um familiar está enfrentando esse problema, este guia pode ser um divisor de águas para garantir seu tratamento.


1. O Que É o Olaparibe e Para Que Serve

O Olaparibe (Lynparza) é um medicamento oral da classe dos inibidores de PARP (Poli ADP Ribose Polimerase), utilizado no tratamento de diferentes tipos de câncer:

  • Câncer de ovário avançado
  • Câncer de mama metastático com mutação BRCA
  • Câncer de pâncreas
  • Câncer de próstata metastático resistente à castração

Seu uso é indicado quando há alterações genéticas específicas (como BRCA1 ou BRCA2) e costuma ser prescrito por médicos especialistas em oncologia após falha de tratamentos anteriores ou como terapia de manutenção.


2. Por Que o Plano de Saúde Nega o Olaparibe?

Mesmo com a prescrição médica, muitos planos de saúde se recusam a fornecer o Olaparibe alegando que:

  • O medicamento consta no rol da ANS, mas com Diretriz de Utilização.
  • O tratamento é considerado off label (fora da bula aprovada pela Anvisa);
  • Falta de diretriz de utilização da ANS para o caso específico;
  • O medicamento seria de uso domiciliar, não hospitalar.

Essas justificativas, no entanto, não se sustentam juridicamente quando o tratamento é prescrito de forma fundamentada por médico assistente, e o paciente preenche os critérios definidos pelo STF.


3. A Jurisprudência Atual: ADI 7265 e Rol da ANS

O Supremo Tribunal Federal decidiu, na ADI 7265, que o rol da ANS é taxativo, porém com exceções. Isso significa que o plano de saúde pode ser obrigado judicialmente a fornecer medicamentos fora do rol, desde que preenchidos os seguintes requisitos:

  1. Prescrição do medicamento por médico habilitado;
  2. Inexistência de substituto terapêutico listado no rol da ANS;
  3. Ausência de negativa expressa da ANS sobre o tratamento;
  4. Comprovação de eficácia com base em evidências científicas de alto nível;
  5. Registro do medicamento na Anvisa.

Se esses critérios forem cumpridos, a negativa de cobertura pode ser revertida na Justiça.


4. O Que Fazer Quando o Plano de Saúde Nega o Olaparibe

Ao receber uma negativa, siga este passo a passo:

  1. Peça a negativa por escrito, com a justificativa do plano.
  2. Colete o relatório médico completo, com CID da doença, justificativa do uso do Olaparibe e indicação de urgência.
  3. Reúna exames e documentos que comprovem o estágio da doença e o histórico de tratamentos.
  4. Verifique se o medicamento tem registro na Anvisa (Olaparibe tem).
  5. Consulte um advogado especializado em direito da saúde.

Com esses documentos, já é possível propor uma ação judicial com pedido de liminar, o que garante decisão rápida.


5. É Possível Conseguir o Olaparibe Rapidamente Pela Justiça?

Sim. Em grande parte dos casos, os juízes concedem liminar determinando o fornecimento do medicamento em poucos dias, considerando o risco de agravamento da doença e o direito à vida e à saúde garantido pela Constituição.

Exemplo:

Uma paciente com câncer de ovário obteve, em 72 horas, liminar obrigando seu plano a fornecer o Olaparibe, após comprovar a urgência e apresentar o relatório médico com prescrição.


6. O Papel do Advogado Especialista em Direito da Saúde

Um advogado da área conhece os documentos certos, a jurisprudência mais atual e a forma correta de fundamentar o pedido judicial.

Além disso, ele pode:

  • Ajudar a montar o dossiê médico-jurídico;
  • Ingressar com ação com pedido de liminar;
  • Reforçar a urgência com base na ADI 7265;
  • Acompanhar o cumprimento da decisão e multa em caso de descumprimento.

7. Ações Contra o Plano de Saúde: Como Funcionam

As ações judiciais contra o plano de saúde são baseadas no descumprimento contratual e violação do direito à saúde.

A maioria é ajuizada com pedido de tutela de urgência (liminar), e corre em varas cíveis ou juizados especiais. A decisão pode sair em poucos dias.

O que se pode pedir na ação:

  • Fornecimento imediato do medicamento;
  • Multa diária por descumprimento;
  • Danos morais (em alguns casos);
  • Reembolso se o medicamento já foi comprado.

8. Perguntas Frequentes Sobre a Negativa de Olaparibe

1. O plano pode negar um medicamento registrado na Anvisa? Não, se ele é necessário e não há alternativa no rol, a Justiça pode obrigar o fornecimento.

2. O Olaparibe está no rol da ANS? Não está fora do rol, mas possui Diretriz específica de Utilização. Mesmo se o seu caso não se adequa a essa Diretriz, é possível conseguir judicialmente com base na ADI 7265.

3. É necessário advogado para conseguir o remédio? Sim, pois apenas um advogado pode ajuizar a ação e garantir seus direitos com segurança jurídica.

4. E se o plano alegar que o medicamento é de uso domiciliar? Essa alegação tem sido derrubada judicialmente quando o tratamento é contínuo, essencial e sem substituto.


9. Dicas Para Fortalecer o Pedido Judicial

  • Use laudos com linguagem técnica, mas clara;
  • Solicite pareceres de médicos especialistas e centros de referência;
  • Inclua pesquisas ou publicações científicas que comprovem a eficácia do Olaparibe;
  • Registre todo contato com o plano de saúde (ligações, e-mails, protocolos);
  • Busque apoio jurídico especializado com experiência na área.

10. Quando o Olaparibe Deve Ser Garantido Pelo Plano

Se o medicamento:

  • Foi prescrito por médico assistente;
  • Tem registro na Anvisa;
  • Não possui substituto eficaz no rol;
  • Possui eficácia científica comprovada;
  • Não teve negativa técnica da ANS;

Então, deve ser garantido judicialmente, com base na decisão da ADI 7265.


Conclusão

Se o seu plano de saúde negou o fornecimento do Olaparibe, saiba que você tem direitos garantidos pela legislação e pela Justiça brasileira. Com orientação médica e apoio jurídico, é possível reverter essa negativa de forma rápida e eficaz.

Se você está enfrentando essa situação, fale com um advogado especialista em direito da saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em direito da saúde, SUS e Planos de Saúde.

 

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