fbpx

Rol da ANS 2025: Quais os Principais Avanços e o que Ainda Falta Garantir

Introdução: O que mudou com o novo Rol da ANS em 2025?

O Rol da ANS 2025 trouxe esperança para milhares de pacientes e familiares que dependem de tratamentos, medicamentos e terapias complexas. A atualização publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) redefine os direitos dos beneficiários de planos de saúde em todo o país. Se você ou um familiar tem um plano de saúde e precisa de atendimento especializado, é essencial entender o que de fato passou a ser obrigatoriamente coberto.

Neste artigo, vamos explicar os principais avanços do novo Rol, o que ainda é limitado ou negado, e como você pode agir se tiver um tratamento recusado.

O que você vai encontrar neste artigo

  • Quais foram as principais inclusões e avanços no Rol da ANS 2025
  • O que continua fora da cobertura obrigatória
  • Como a jurisprudência do STJ influencia o acesso a tratamentos
  • Exemplos reais de negativa e de vitórias na Justiça
  • Perguntas frequentes dos pacientes
  • Dicas de como agir em caso de recusa do plano
  • O papel do advogado especialista em Direito da Saúde

Vamos direto ao ponto!


1. O que é o Rol da ANS e por que ele é importante?

O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS é uma lista de tratamentos, exames, medicamentos e terapias que os planos de saúde são obrigados a custear. Essa lista é revisada periodicamente com base em evidências científicas e pareceres técnicos.

Apesar de ser uma ferramenta importante, o rol não deve ser visto como taxativo, ou seja, o fato de algo não estar listado não significa que o plano pode recusar automaticamente. A jurisprudência brasileira, principalmente após decisões do STF e STJ, tem entendido que a ausência no rol não impede a cobertura, desde que o tratamento tenha eficácia comprovada e seja prescrito pelo médico assistente.


2. Avanços do Rol da ANS 2025: o que foi incluído

A versão 2025 do Rol da ANS, atualizada até a RN 627/2024, que entra em vigor em fevereiro de 2025, trouxe avanços relevantes, como:

  • Ampliação do acesso a terapias multidisciplinares, como fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, sem limite de sessões para condições como TEA, paralisia cerebral, entre outras.
  • Inclusão de exames de diagnóstico mais modernos, como testes genéticos para condições específicas.
  • Cobertura de novos medicamentos para câncer e doenças raras, com base em diretrizes de utilização (DUTs).
  • Reconhecimento da necessidade de cobertura de medicamentos para uso domiciliar, como antineoplásicos orais.
  • Tratamentos para saúde mental, como atendimento em hospital-dia psiquiátrico, incluídos com diretriz de utilização.

3. O que ainda falta garantir? Limitações e ausências

Apesar dos avanços, há pontos críticos que ainda exigem atenção:

  • Terapias com técnicas alternativas ou protocolos modernos (como Pediasuit) ainda são frequentemente negadas, mesmo quando realizadas dentro de sessões previstas no rol.
  • Medicamentos off-label (uso fora da bula), mesmo com respaldo médico, continuam sendo ponto de conflito.
  • Cobertura de insumos e dispositivos auxiliares, como sondas e coletes, é alvo de negativa com base na lista de órteses e próteses.
  • Negativa de cobertura por falta de previsão expressa, mesmo quando há registro na Anvisa e recomendação de conselhos profissionais.

4. Jurisprudência que fortalece os direitos do paciente: caso Pediasuit

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou entendimento fundamental no REsp 2108440/GO (2023). O caso envolveu um beneficiário com microcefalia e paralisia cerebral, cujo plano negou o método Pediasuit, apesar da prescrição médica.

O STJ reconheceu que:

  • O tratamento não é experimental
  • Possui registro na Anvisa
  • Tem respaldo do Coffito (conselho da profissão)
  • Integra sessões previstas no rol (como fisioterapia e terapia ocupacional)

Resultado: o tribunal determinou a cobertura do tratamento pelo plano de saúde.

Esse precedente reforça que o rol é uma base mínima, não um teto de cobertura.


5. O que fazer se o plano negar um tratamento?

Negativas indevidas são mais comuns do que se imagina. Veja o que você pode (e deve) fazer:

  1. Peça a negativa por escrito e com a justificativa clara
  2. Verifique se há previsão no rol ou se a terapia tem respaldo legal ou de conselhos profissionais
  3. Procure um advogado especialista em Direito da Saúde
  4. Protocole reclamação na ANS (via 0800 ou site)
  5. Aja rápido: em muitos casos, é possível obter decisão liminar em até 48h

6. Perguntas frequentes sobre o Rol da ANS 2025

1. O plano pode negar um medicamento que não está no rol?
Pode tentar, mas a Justiça pode obrigar a cobertura se houver prescrição médica, registro na Anvisa e eficácia comprovada.

2. Sessões com psicólogo, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional têm limite?
Não. Desde 2022, a ANS garante cobertura ilimitada, independentemente da doença.

3. A ANS inclui todos os tratamentos modernos no rol?
Não. O processo de inclusão pode demorar anos, por isso muitos tratamentos eficazes ainda dependem de ação judicial.

4. E se o plano negar um exame genético recém-incluído?
Você pode exigir a cobertura com base na nova versão do rol e, se necessário, entrar com ação judicial.


7. Como a atuação de um advogado especialista pode ajudar

Em um sistema de saúde suplementar cada vez mais complexo, contar com um advogado especialista em Direito da Saúde faz toda a diferença. Ele pode:

  • Analisar se a negativa é ilegal ou abusiva
  • Entrar com ação judicial com pedido de urgência (liminar)
  • Apresentar pareceres técnicos e decisões semelhantes (jurisprudências)
  • Agilizar o acesso ao tratamento necessário

Conclusão e chamada para ação

O Rol da ANS 2025 representa um passo importante rumo à garantia de direitos dos pacientes com planos de saúde, mas ainda existem muitos desafios e brechas de cobertura. Com informação, apoio jurídico e mobilização, é possível conquistar o acesso justo e rápido ao tratamento necessário.

Se você está enfrentando uma negativa do seu plano de saúde ou tem dúvidas sobre a cobertura de um tratamento, fale com um advogado especialista em Direito da Saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em Direito da Saúde e planos de saúde.

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn