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Nivolumabe pelo Plano de Saúde: Como Garantir o Fornecimento do Opdivo®

Receber a indicação de Nivolumabe pelo plano de saúde (nome comercial Opdivo®) é cada vez mais comum para pacientes oncológicos. No entanto, infelizmente, muitos planos de saúde ainda tentam negar a cobertura desse medicamento de alto custo, mesmo quando sua necessidade é indiscutível.

Se você ou um familiar estão enfrentando essa situação, saiba que a negativa é considerada abusiva pela justiça e que existem caminhos seguros e eficazes para garantir o acesso ao tratamento.

Neste artigo completo você vai entender:

  • Para quais doenças o Nivolumabe é indicado;
  • Por que o plano de saúde costuma negar o medicamento;
  • O que diz a lei e a jurisprudência;
  • Como funciona o processo judicial;
  • Quais documentos são necessários;
  • Perguntas frequentes de pacientes.

O que é o Nivolumabe (Opdivo®)?

O Nivolumabe é uma medicação imunoterápica da classe dos inibidores de checkpoint imunológico (anti-PD-1), que atua estimulando o sistema imunológico a combater células tumorais.

Principais indicações aprovadas pela ANVISA:

  • Melanoma avançado ou metastático;
  • Câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC);
  • Carcinoma de células renais (CCR);
  • Linfoma de Hodgkin clássico;
  • Carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço;
  • Câncer de bexiga (carcinoma urotelial);
  • Câncer de esôfago e junção gastroesofágica;
  • Carcinoma hepatocelular (fígado);
  • Mesotelioma pleural maligno;
  • Câncer gástrico avançado.

O custo do Nivolumabe pode ultrapassar R$ 30.000,00 por mês, tornando inviável o custeio particular na maioria dos casos.


Por que o plano de saúde costuma negar o Nivolumabe?

As principais justificativas dos planos de saúde são:

  • Não constar no Rol de Procedimentos da ANS;
  • Ser considerado “uso experimental” ou “off label”;
  • Tratamento de alto custo;
  • Ausência de previsão contratual.

Todas essas negativas são consideradas ilegais pela justiça.


O que diz a lei sobre a cobertura do Nivolumabe pelo plano de saúde?

As principais garantias legais do paciente estão previstas em:

  • Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98)
  • Código de Defesa do Consumidor (CDC)
  • Súmula 102 do TJSP
  • Tema 1236 do STJ (validade do Rol da ANS como exemplificativo)

Pontos fundamentais:

  • O plano de saúde pode limitar as doenças cobertas, mas não o tratamento indicado pelo médico.
  • Todo medicamento registrado na ANVISA é de cobertura obrigatória.
  • O Rol da ANS serve apenas como referência mínima.
  • Medicamentos “off label” podem ser cobertos com base em evidências científicas e prescrição fundamentada.

Jurisprudência favorável

TJSP – Apelação Cível nº 1000742-09.2017.8.26.0100

“Plano de saúde. Negativa de cobertura de medicamentos prescritos por médico especialista. Nivolumabe registrado na ANVISA. Rol da ANS irrelevante. Cobertura obrigatória.” (Rel. Rui Cascaldi)

TJSP – Agravo de Instrumento nº 2025176-78.2022.8.26.0000

“Medicamento antineoplásico. A cobertura para fornecimento é obrigatória, mesmo em caso de uso domiciliar.”


Como funciona a ação judicial para obter o Nivolumabe pelo plano de saúde

Se houver negativa de cobertura, é possível ingressar com ação judicial com pedido de tutela de urgência (liminar).

Passos para a ação:

  1. Solicitar ao médico um relatório detalhado (modelo abaixo);
  2. Obter a negativa formal e escrita do plano;
  3. Reunir exames e prontuário médico;
  4. Contratar um advogado especialista em Direito da Saúde;
  5. Propor a ação com pedido de liminar.

A liminar costuma ser concedida em 24 a 72 horas, garantindo o fornecimento rápido do medicamento.


Modelo de relatório médico para acionar o plano de saúde

Relatório Médico – Solicitação de Nivolumabe (Opdivo®)

Paciente: [Nome completo]

Diagnóstico: [CID]

Histórico clínico: [Descrever tratamentos anteriores e ineficácia]

Justificativa: O uso do Nivolumabe (Opdivo®) é indicado com base em evidências científicas e protocolos internacionais, com superior eficácia para o quadro apresentado.

Urgência: Início rápido do tratamento é fundamental para evitar progressão da doença.

Assinatura e CRM do médico.


Perguntas Frequentes sobre Nivolumabe pelo Plano de Saúde

1. O plano é obrigado a fornecer o Nivolumabe mesmo fora do Rol da ANS?

Sim. A justiça entende que o Rol da ANS é apenas referencial mínimo. Havendo prescrição fundamentada e registro na ANVISA, a cobertura é obrigatória.

2. Uso off label do Nivolumabe é coberto?

Sim. Desde que o médico justifique tecnicamente, com respaldo em evidências científicas.

3. O plano pode negar por ser medicamento caro?

Não. O custo elevado não é motivo jurídico válido para negar a cobertura.

4. Preciso de advogado para ajuizar ação?

Sim. Apenas advogado com inscrição na OAB pode propor ação judicial.

5. Em quanto tempo sai a liminar?

Normalmente em 24 a 72 horas.

6. Quais documentos são obrigatórios?

  • Prescrição médica;
  • Relatório detalhado;
  • Exames recentes;
  • Negativa do plano;
  • Documentos pessoais e do contrato do plano.

7. Posso pedir reembolso se paguei o Nivolumabe?

Sim. É possível pleitear judicialmente o ressarcimento com juros e correção.


O papel do advogado especialista

Um advogado com experiência em Direito da Saúde:

  • Formula o pedido com as teses corretas;
  • Apresenta as jurisprudências favoráveis;
  • Agiliza o pedido de liminar;
  • Garante cumprimento da decisão.

Conclusão

A negativa do Nivolumabe pelo plano de saúde é uma prática abusiva frequentemente revertida pela justiça. Com orientação jurídica especializada, é plenamente possível obter a liberação do medicamento rapidamente.

Se você está enfrentando essa situação, fale com um advogado especialista em Direito da Saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em Direito da Saúde.

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