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Revlimid (lenalidomida) pelo plano de saúde: saiba como obter

Introdução: quando o plano de saúde nega seu tratamento

Receber a prescrição do Revlimid (lenalidomida) para tratamento de câncer, como mieloma múltiplo, e descobrir que o plano de saúde se recusa a fornecer o medicamento pode ser desesperador. A negativa costuma ocorrer justamente quando o paciente está mais fragilizado e precisa iniciar o tratamento com urgência. Se isso aconteceu com você ou com alguém da sua família, saiba: você não está sozinho e há como reverter essa situação.

Entender os seus direitos é o primeiro passo para garantir acesso ao medicamento prescrito. Este artigo vai explicar, em detalhes, como conseguir o Revlimid pelo plano de saúde, com respaldo legal, modelos práticos e o apoio de um advogado especializado.

O que você vai encontrar neste guia

Neste artigo completo, você vai entender:

  • Para que serve o Revlimid (lenalidomida)
  • Por que os planos de saúde costumam negar a cobertura
  • O que diz a legislação e a jurisprudência
  • Como entrar com ação judicial e conseguir liminar
  • Modelo de requerimento médico
  • Perguntas frequentes sobre o medicamento e o processo

Tudo de forma prática, com linguagem acessível e respaldo jurídico. Vamos lá?

1. O que é o Revlimid (lenalidomida) e para que serve

O Revlimid (lenalidomida) é um medicamento imunomodulador de uso oral indicado para o tratamento de diversos tipos de câncer, principalmente:

  • Mieloma múltiplo (inclusive recidivante ou refratário)
  • Síndrome mielodisplásica com deleção 5q
  • Linfoma de células do manto
  • Linfoma folicular e de zona marginal, entre outros

Seu uso tem respaldo da ANVISA e da comunidade médica, sendo considerado fundamental em diversas fases do tratamento oncológico.

2. Por que os planos de saúde negam o fornecimento do Revlimid

Mesmo sendo aprovado pela ANVISA e incluído no Rol de Procedimentos da ANS, o Revlimid costuma ser negado pelos planos de saúde com base em argumentos como:

  • O medicamento é oral e de uso domiciliar
  • Está fora da bula (uso off-label)
  • Não está no rol da ANS para aquele tipo de câncer específico
  • A prescrição foi feita por médico fora da rede credenciada

Nenhuma dessas justificativas é válida juridicamente quando há prescrição médica fundamentada e a doença está coberta pelo contrato do plano.

3. O que diz a lei sobre a cobertura de medicamentos de alto custo

A negativa do plano de saúde para fornecer o Revlimid é considerada abusiva. Isso porque:

  • A Lei 9.656/98 obriga os planos a cobrirem tratamentos de doenças previstas pela OMS.
  • O Código de Defesa do Consumidor protege o paciente contra cláusulas abusivas.
  • A Súmula 102 do TJSP afirma: “Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou por não estar previsto no rol da ANS.”

Em resumo: havendo prescrição médica, o plano é obrigado a fornecer o medicamento.

4. Quando é possível conseguir liminar na Justiça

Em casos de negativa de fornecimento do Revlimid, é possível obter uma decisão judicial rápida e eficaz, chamada liminar, para obrigar o plano a custear o tratamento.

Para isso, é importante apresentar ao juiz:

  • Prescrição médica fundamentada
  • Laudo detalhado do oncologista
  • Negativa formal do plano
  • Exames recentes
  • Comprovantes do plano (cartão, boletos etc.)

Com esses documentos, o juiz pode conceder a liminar em poucos dias, evitando o agravamento do quadro clínico.

5. Jurisprudência favorável: decisões que garantem o acesso ao Revlimid

Os tribunais brasileiros vêm garantindo o fornecimento do Revlimid mesmo em casos de uso off-label. Veja uma decisão real:

“Defiro a tutela de urgência para determinar que a ré forneça o medicamento Revlimid (lenalidomida), conforme prescrição médica, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00.” — TJSP

Além disso, a inclusão do medicamento no rol da ANS desde 2021 reforça a obrigatoriedade da cobertura, ainda que com limitações.

6. Passo a passo para obter o Revlimid pelo plano de saúde

  1. Solicite ao seu médico um laudo detalhado, incluindo:
    • CID da doença
    • Histórico clínico
    • Justificativa para uso do Revlimid
    • Ineficácia de outros tratamentos
  2. Envie a solicitação ao plano de saúde, com:
    • Cópia da receita médica
    • Exames e laudos
    • Documentos do plano (carteirinha, contrato)
  3. Se houver negativa, guarde o documento e procure um advogado especialista para ajuizar a ação com pedido de liminar.

7. Modelo de requerimento médico para solicitação ao plano

REQUERIMENTO MÉDICO

À [Nome da operadora de saúde]

Paciente: [Nome completo do paciente]
CPF: [000.000.000-00]
CID: [Ex: C90.0 – Mieloma Múltiplo]
Plano de Saúde: [Nome e número do plano]

O paciente supracitado é acompanhado por esta equipe médica desde [ano]. Atualmente, encontra-se em tratamento oncológico devido à grave enfermidade mencionada acima.

Diante da progressão da doença e da ineficácia das terapias anteriores, indicamos o uso do medicamento Revlimid (lenalidomida), em regime [monoterapia/combinação], como parte essencial do tratamento.

A prescrição segue as diretrizes médicas internacionais e representa, neste momento, a melhor conduta terapêutica. O atraso ou interrupção da medicação poderá resultar em riscos concretos à saúde e à vida do paciente.

Solicitamos, portanto, a imediata autorização e fornecimento do medicamento pelo plano de saúde.

[Nome do médico] – CRM [UF/000000]
Assinatura: __________

8. O papel do advogado especialista em Direito da Saúde

Contar com o apoio de um advogado especializado faz toda a diferença. Esse profissional:

  • Atua com agilidade para conseguir liminar
  • Sabe quais argumentos têm mais força jurídica
  • Auxilia na organização dos documentos
  • Garante que o paciente tenha prioridade de tramitação

Além disso, pode também pleitear indenização por danos morais e reembolso de despesas já realizadas.

9. Dúvidas frequentes sobre Revlimid e planos de saúde

1. O plano pode negar o medicamento por não estar no rol da ANS?
Não. O rol da ANS é exemplificativo, e a Justiça já consolidou o entendimento de que a indicação médica é soberana.

2. A lenalidomida é considerada experimental?
Não. O medicamento tem registro na ANVISA e é amplamente utilizado na prática clínica.

3. Quanto custa o Revlimid?
Os valores variam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por caixa, dependendo da dosagem.

4. Preciso esperar o processo terminar para receber o medicamento?
Não. É possível conseguir liminar no início da ação.

10. Conclusão: lutar pelo direito é o caminho

Se você ou um familiar recebeu a prescrição do Revlimid e teve o pedido negado pelo plano de saúde, não aceite a recusa como definitiva. A Justiça tem garantido, repetidamente, o direito ao tratamento oncológico adequado.

Você tem direitos. E com o apoio correto, é possível garantir acesso ao medicamento com rapidez e segurança.


Se você está enfrentando essa situação, fale com um advogado especialista em direito da saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.

Gabriel Bergamo, advogado especialista em direito da saúde.

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