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Infliximabe (Remicade) pelo plano de saúde: como garantir seu direito ao tratamento

Introdução com empatia e clareza

Se você ou um familiar recebeu a indicação do medicamento Infliximabe (Remicade) e teve o tratamento negado pelo plano de saúde, saiba que não está sozinho. Essa é uma situação infelizmente comum no Brasil, especialmente quando se trata de medicamentos de alto custo. No entanto, o que muitos pacientes desconhecem é que a negativa pode ser ilegal e que existe respaldo jurídico para garantir o acesso ao tratamento adequado por via judicial.

Neste artigo, vamos explicar passo a passo como obter o infliximabe (Remicade) pelo plano de saúde, mesmo em casos fora do rol da ANS. Também disponibilizaremos modelo de requerimento médico, responderemos dúvidas frequentes e mostraremos como a Justiça tem decidido sobre o tema.

O que você vai encontrar neste artigo

  • Para que serve o infliximabe e em quais doenças ele é indicado
  • Entenda por que os planos de saúde recusam o custeio
  • O que diz a Lei dos Planos de Saúde e a Lei 14.454/2022
  • Jurisprudências favoráveis recentes
  • O que fazer diante da negativa
  • Modelo de requerimento médico
  • Perguntas frequentes sobre o tema
  • A importância do advogado especializado

1. O que é o Infliximabe (Remicade)?

O infliximabe é um medicamento imunobiológico indicado para tratar doenças inflamatórias graves. Comercializado sob o nome Remicade, é aprovado pela Anvisa e utilizado para:

  • Doença de Crohn (adultos e crianças)
  • Retocolite ulcerativa
  • Artrite reumatoide
  • Espondilite anquilosante
  • Artrite psoriásica
  • Psoríase em placas

Trata-se de um anticorpo monoclonal anti-TNF-alfa, administrado por via intravenosa, que reduz a resposta inflamatória do sistema imune, promovendo a remissão dos sintomas e prevenção de complicações.


2. Por que os planos de saúde costumam negar o Remicade?

Apesar da eficácia clínica, muitas operadoras recusam a cobertura do infliximabe alegando:

  • Ausência do medicamento no rol da ANS
  • Uso off label (fora da bula)
  • Não cumprimento das Diretrizes de Utilização (DUTs)

Essas justificativas, porém, não se sustentam juridicamente. A Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98) e a recente Lei 14.454/2022 deixam claro que:

“A cobertura não pode ser limitada ao rol da ANS quando houver recomendação médica fundamentada e respaldo em evidências científicas.”


3. O que diz a Lei 14.454/2022

Essa lei, em vigor desde 2022, modificou o entendimento sobre o rol da ANS, estabelecendo que:

  • O rol é exemplificativo (não taxativo);
  • O plano de saúde é obrigado a cobrir tratamentos fora do rol, desde que:
    • O medicamento tenha registro na Anvisa;
    • Haja indicação médica fundamentada;
    • Exista evidência científica ou recomendação de órgãos como Conitec ou sociedades médicas reconhecidas.

O infliximabe preenche todos esses requisitos.


4. Jurisprudências favoráveis sobre infliximabe (Remicade)

Os tribunais têm decidido a favor dos pacientes. Veja dois exemplos:

TJPR – 2022:

“Rol da ANS é exemplificativo. Cabe ao médico determinar o tratamento adequado. Plano de saúde deve fornecer infliximabe.” (TJPR – 10ª C.Cível – 0005478-05.2019.8.16.0033)

TJ-RN – 2024:

“Medicamento com registro na Anvisa. Uso off-label não impede cobertura. Abusividade da negativa reconhecida.” (TJ-RN – AI 0810315-85.2024.8.20.0000)

Essas decisões confirmam que a Justiça tem garantido o acesso ao Remicade.


5. O que fazer se o plano de saúde negar o infliximabe?

Veja um passo a passo prático:

  1. Solicite a negativa por escrito com a justificativa detalhada.
  2. Peça ao seu médico um relatório clínico completo (veja modelo abaixo).
  3. Reúna laudos, exames e receitas que comprovem a necessidade.
  4. Procure um advogado especializado em Direito da Saúde.
  5. Ingresse com uma ação com pedido de liminar para obtenção imediata do medicamento.

Em muitos casos, a decisão judicial sai em até 72 horas.


6. Modelo de requerimento médico para plano de saúde

MODELO DE RELATÓRIO MÉDICO

Paciente: [Nome completo]
Diagnóstico: [CID da doença]

Relato clínico: Paciente portador(a) de [nome da doença], apresenta sintomas refratários ao tratamento convencional, com risco de agravamento do quadro.

Indicação terapêutica: Recomendamos o uso de infliximabe (Remicade) com base em evidências científicas consolidadas e em diretrizes internacionais.

Finalidade do tratamento: Promover remissão da doença, evitar complicações e preservar qualidade de vida.

Justificativa: O uso do infliximabe é necessário e urgente, pois o paciente apresenta falha terapêutica com as opções anteriores. O medicamento está aprovado pela Anvisa.

Data / Assinatura / CRM do médico

7. Perguntas frequentes (FAQ)

1. O infliximabe está no rol da ANS? Sim, mas com restrições. Está previsto para psoríase e retocolite ulcerativa em certos casos. Isso não impede o custeio judicial para outras doenças.

2. Posso usar esse medicamento mesmo que não esteja na bula para minha doença? Sim. O uso off-label com respaldo médico e científico é aceito judicialmente.

3. Todo plano é obrigado a cobrir? Sim, desde que o plano seja regulamentado e haja prescrição com base técnica.

4. Quanto tempo demora a Justiça para decidir? Com liminar, é possível obter decisão inicial em até 72 horas.

5. Posso pedir reembolso se comprei o medicamento? Sim, é possível ingressar com ação para ressarcimento.


8. A importância do advogado especialista

Um advogado especializado em planos de saúde conhece profundamente as leis, resoluções da ANS e a jurisprudência dominante. Isso aumenta exponencialmente as chances de uma decisão rápida e favorável.

A atuação nacional permite que você busque seus direitos em qualquer região do Brasil, com apoio jurídico estratégico e experiente.


Conclusão e Chamada para Ação

Se você ou um familiar precisa do Infliximabe (Remicade) e teve o fornecimento negado, não aceite essa decisão como final. A Justiça tem garantido o acesso ao medicamento, inclusive fora das diretrizes da ANS.

Procure um advogado especialista em direito da saúde para garantir seus direitos e sua tranquilidade.


Gabriel Bergamo, advogado especialista em direito da saúde.

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